É bom passear por mundos imaginários, com a companhia de ilustres e inesquecíveis personagens e companheiros, vivendo as mais inauditas aventuras e estórias. Podemos partir com Dom Quixote, voltar com Ulisses, escolher ir para a floresta junto com Rama, lutar junto com Arjuna e ouvir Krishna no meio do campo de batalha, chamar por Julieta junto a Romeu, rir com Capitu, tomar uma generosa refeição junto com os hobbits, ouvir a poesia de Camões e viajar pelo sertão na companhia de Riobaldo. Mas outras viagens literárias falam da necessidade do viajante de voltar, de descer da sua torre de marfim, de se despir das metáforas destacadas por autores que contam estórias sobre as estórias. O leitor também pode ler sobre a volta para casa.
A volta para casa pode ser também uma aventura se decidirmos não voltar apenas para o mundo cotidiano, comum e confortável, mas se tomarmos o caminho para regressar ao ponto onde deveríamos estar e onde é o nosso lugar autêntico. Aqui o caminho é percorrido dialogando com Sócrates, sonhando uma cidade ideal ao lado de Platão, ouvindo os discursos de Cícero, buscando a coragem de um Giordano Bruno e se inspirando na música celestial de Bach, Mozart e Beethoven. Este caminho é mais longo, mas a viagem é a única que vale a pena e dá sentido ao viajante.
A verdade é que estamos sempre acompanhados de livros. Indo e voltando.