O temor e as distopias criadas em torno da Inteligência Artificial podem ser explicadas pela velocidade e pela abrangência da quebra de paradigma que ela está causando. Os resultados são impressionantes e os casos de uso são surpreendentes, mas por trás está um algoritmo que roda em chips ultrarrápidos e que são determinísticos por natureza. Não há criação nenhuma, há repetição de padrões, detectados e executados com uma velocidade sobre-humana.

A professora Lucia Helena Galvão afirmou em uma palestra que IA deveria significar Intelecto Artificial e não Inteligência Artificial. Faz mais sentido pensar assim, a inteligência nunca vai ser artificial. As máquinas podem nos imitar com mais velocidade e uma maior memória capaz de armazenar dados, mas nunca irão pensar em algo criativo e nem ter memórias afetivas, que são dois fatores que constroem a inteligência humana. Já algumas tarefas intelectuais são repetições mentais e por isso a máquina está conquistando terrenos. Vista desta maneira, a máquina pode ser uma excelente assistente para alguém que executa tarefas onde cabe uma parceria humana e tecnológica.

É comum ouvir que a IA no futuro vai tomar um alto percentual dos postos de trabalho que conhecemos e essa é uma percepção correta se vista em relação aos postos de trabalho de hoje. Os modelos de IA tomarão conta de postos de trabalho onde o nível de automação é alto e caberá, cada vez mais, que o ser humano se posicione aonde a máquina não pode alcançar, fazendo algo que lhe é próprio por natureza. Apesar da velocidade que as coisas estão acontecendo, ainda haverá muito espaço para uma parceria e uma interação entre máquina e homem para a execução dos trabalhos mas a entrada para este mundo tem que ser paga com a atualização profissional. É uma versão tecnológica do ditado "se não pode vencê-la, junte-se a ela."

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