- Informações Bibliográficas
O leitor como metáfora, Alberto Manguel.
Tradução: José Geraldo Couto
Editora SESC, 2017
179 páginas
- Leitura Analítica
- O que o livro trata como um todo?
O livro é uma análise da figura do leitor a partir de três metáforas principais: o viajante, a torre de marfim e a traça.
- O que exatamente está sendo dito e como?
Cada metáfora é detalhada em um capítulo e o autor é muito hábil em se posicionar de forma neutra em relação a fatos e aplicações reais destas metáforas. O livro é uma reflexão da primeira à última página.
- Qual é o julgamento que adotamos em relação às teses do livro?
As teses, ou a tese, do livro é contundente. A construção da ideia principal, muitas vezes, se dá em cima de argumentos e fatos que não concordo completamente e percebi que precisava abstrair essas pequenas encruzilhadas para olhar para a questão com um pouco mais de altura. Valeu a experiência de olhar assim.
- Qual a importância do livro?
Li em algum lugar que o autor é um Casanova dos livros. É o primeiro livro que leio dele e parece mesmo que os livros são o seu melhor assunto. Este livro foi uma entrada e um convite para entender melhor este hábito que cada vez mais adquire um papel maior na minha vida.
- Excertos
Sociedades letradas, sociedades baseadas na palavra escrita, desenvolveram uma metáfora central para designar a relação percebida entre os seres humanos e o universo: o mundo como um livro que devemos ler.
Todo leitor é um Crusoé de poltrona.
As musas da Poesia (ou as musas do Best-Seller, que poderíamos dizer hoje) empanturram o leitor tosco com tolices; as Musas da Filosofia nutrem o leitor inspirado com alimento que cura a alma.
Sem compreensão, a ficção (e a própria realidade) seria impossível
E, no entanto, quando Cervantes retratou seu bravo cavaleiro, não estava propriamente definindo o leitor enlouquecido por seus livros. Em vez disso, Cervantes estava definindo uma sociedade loucamente temerosa de suas próprias inverdades.